Tuesday, January 29, 2008

“Na noite de 4 de Janeiro de 1625, o Pe. Ambrósio, três portugueses cativos e o seu servo, irmão Pedro dos Santos, foram ao local onde a rainha tinha sido enterrada dentro de um saco. Como a cova era muito funda, tiveram de fazer duas tentativas e só na noite seguinte, que era véspera de Epifania, tiveram a alegria de encontrar o corpo da gloriosa mártir. Levaram-no no maior segredo para a igreja de Shiraz. Uma vez limpo da terra que o cobria, o corpo foi colocado numa pequena urna. De fora estava o corpo todo em ossos sem carne alguma, mas só a mão direita e o pé esquerdo estavam inteiros, com a carne tão alva e de tanta formosura como eram quando a insigne mártir vivia. Pouco tempo depois, o Pe. Ambrósio, entendendo que a igreja de Shiraz não oferecia garantias de segurança para tão rico tesouro na própria cidade onde a rainha fora martirizada, decidiu enviá-lo para o convento dos Agostinhos em Ispão, “enchendo de inveja santa a outros religiosos que para si queriam tão preciosa jóia.”

Roberto Gulbenkian, Relação Verdadeira do Glorioso Martírio da Rainha Guativanda..., 1985

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