As distâncias entre nós podem ser de três tipos: temporais, físicas e fracturais.
À priori, medimos as distâncias físicas num determinado tempo ou período de tempo específico: às 17:45 de ontem estava a 13m de Mr. X; ou então, durante os 3 anos que convivi com Me. Y, estivemos à distância média de 3,45m.
Estar à distância 0m de outro ou de outros é apenas possível se, de facto, estiverem todos os intervenientes à distância temporal 0.
Mas reparem que é possível desconsiderar o factor tempo e apenas pensar em todas as pessoas que passaram ou se detiveram nas coordenadas X,Y,Z desde o início da humanidade. Poderemos abarcar essas pessoas num conjunto e dizer que estão próximas fisícamente, apesar de nunca se terem conhecido.
Contudo, mesmo quando estamos próximos de outras pessoas no sentido físico e temporal, ainda temos a capacidade sublime de nos ausentármos, de nos distanciármos, através de uma fracturação espacio-temporal. Criamos uma fenda onde mergulhamos para outro lugar ou outro tempo ou outro lugar e tempo.
É o que vulgarmente chamamos sonhar; sonhar acordado; ou ainda quando alguém nos parece particularmente distante ou ausente apesar de reagir aos estímulos do contexto espacio-temporal comum.
Saturday, December 29, 2007
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2 comments:
gosto especialmente da combinação de cores dessa calendarização! O projecto em que trabalhas têm coisas muito engraçadas!
O tempo e o espaço são constantes sucessões de cenografias de humores, sonhos, desejos, mal-estar, bem-estar e ausências. A distância fractural é curiosamente a única coisa que permite calcular a proximidade.
sim, mandelino, no fundo são comprimentos de onda ou campos electromagnéticos...
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